Nada como uma avaria grave logo na 1ª volta com a minha MERIDA por Terras Helvéticas

Como é do vosso conhecimento despachei a minha bicla para a minha estância de férias actual (digo actual porque o que hoje é verdade, amanhã pode não o ser 😊) de forma a poder sempre que possível matar o meu vício e partilhar convosco as minhas aventuras betetisticas sob a forma de crónicas.

Embora não tenha o dom da escrita com floreados, tentarei sempre escrever crónicas objectivas e colocar fotos que vos abram o apetite (para a eventualidade de estarem na zona ou quererem dar cá uma saltada, isto porque hoje em dia ir à Suíça é como ir a Lisboa, é mesmo já ali ao lado).

Ontem realizei a minha 1ª volta nestas paragens, uma vez que a última vez que andei foi no dia 31 de maio quando realizei uma volta épica com mais uns Bravos, a volta 043 pelo Gerês Interior (ver último post no Forum BTT e Projecto BTT no tópico Porque gostamos tanto de andar no Gerês? )

Sendo assim começo esta crónica por vos apresentar o meu escritório, vulgo estância de férias, sendo este o meu ponto de partida para as inúmeras voltas que tenho programado enquanto por estas paragens andar, uma vez que não possuo meios de locomoção próprios (carro).

Para os interessados em desfrutar de uma boa refeição e gastarem alguns francos (comida típica de Appenzell ou Gourmet (Gilde 2 estrelas)), trata-se do Restaurante Waldegg em Teufen (www.waldegg-teufen.ch ).

Notem que não ganho nada com a publicidade 😊, apenas informo a localização para que quem desejar rolar comigo possa saber onde me encontrar. Possui um imenso parque de estacionamento e à 2ª feira está encerrado, daí este ser um dia garantido para rolar.

Neste país, todo e qualquer trilho (pedestre ou ciclável), está sempre bem sinalizado com estas placas amarelas (Wanderveg = caminho), para além de outras que informam direcções, distâncias e tempos.

Como estava com a pica toda e queria ver se realmente conseguia aguentar, testar-me, isto porque em 6 meses andei apenas 3 vezes de bicla, resolvi de imediato fazer o trajecto em sentido inverso, ou seja a subir e o resultado foi 1-0 para o Je… Foram cerca de 500 mts sofridos, mas feitos como se diz na gíria com uma perna às costas, afinal ainda estou aqui para as curvas, haja saúde e vontade…

Daqui até St. Gallen (+/- 750 mts) é sempre a descer e a curtir por trilhos e singles similares a este. Dizer que no Inverno tudo isto está coberto de neve, pelo que terei de investir numas correntes para a neve 😊.

E continuam os trilhos por entre casas, no meio dos campos, vacarias, etc…

Nesta altura do ano, o verde é a cor predominante. Tratando-se de uma zona sobretudo agrícola em que a criação de vacas tem uma importância tremenda para a economia regional, todo e qualquer agricultor possui uma grande frota de alfaias agrícolas, (n) cabeças de gado e grandes extensões de terreno para a pastorícia.

Após efetuar uma última descida com perto de 40% de inclinação, reparo que ao pedalar, não saia do sítio “pedalava em seco” e por pouco não me espalhava.

Começo a “mexer” na roda traseira e na corrente (sim porque tal como no meu carro, somente sei meter combustível e mecânica não é propriamente a minha speciality) e após algumas tentativas, lá consegui que a bicla voltasse a ter tracção. Posto isto, coloca-se a dúvida, voltar para trás (cerca de 15 kms) ou seguir para St. Gallen (+ 5 kms) e aí como bom português que sou, pensava no que fazer a seguir (há hábitos que não se conseguem mudar, paciência…).

Chegado a St. Gallen, o sintoma começou a manifestar-se novamente, fruto dos solavancos a que a bicha foi submetida, sendo que após 10 minutos, a bicla pura e simplesmente deixou de me obedecer…

Toca a desmontar e começar a fazer festinhas à mesma, mas nem assim, caso encerrado, hoje não andas nem me chateias mais, terá ela pensado…

Enquanto isso, aproveitei para de braço dado com a minha “in”fiel companheira, conhecer melhor a zona histórica da cidade. Não tirei fotos só para a castigar, ficarão para o meu regresso na companhia de um camarada de armas que comigo partilha a mesma estância de férias.

Como eram mais do que horas de encher o bucho, toca a sacar dos víveres do camelbak e desfrutar das vistas e da multidão. Enquanto isso comecei a ponderar o que fazer, estava agora ainda mais longe do que anteriormente, pelo que e não querendo ser rebocado por nenhum amigo, eis que se faz luz na minha cabeça; porque não viajar de comboio.

Dito isto, desloco-me à Bahnhof (estação) de St. Gallen e tirei 2 bilhetes, um para mim e outro ao mesmo preço para a minha “in”fiel companheira. A viagem foi feita em 1ª classe, uma vez que é o único local da carruagem do metro de superfície com destino a Appenzell, que possui local para se pendurar até 4 biclas. Ela coitada viajou que nem a carne pendurada nos matadouros, conforme podem ver pela foto. Passado 30 minutos já estava a entregar a bicla numa oficina que por sinal é revendedora da marca da minha “in”fiel companheira (MERIDA).

Hoje ligou-me o revendedor, que por acaso até fala inglês, informando que problema detectado foi ao nível do cubo, sepo, etc… (muita “coça” dada à minha amiga, afinal já namoramos há mais de 5 anos), pelo que será tudo substituído.

Para a semana recolho a mesma e espero poder ainda rolar durante a semana de forma a testar se a oficina prestou um bom serviço, a ver vamos…

Posto isto, acabo aqui a crónica desta minha atribulada 1ª volta.


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

Podem visualizar esta crónica com os respetivos comentários às fotos no FORUM BTT. Ler o post (resposta) #16.