A caminho da Serra do Maroiço passando por Santa Marinha

Uma vez que já não rolava há perto de dois meses, resolvi que estava na hora de fazer uma visita para os lados da Terra da Maria, sim a da Póvoa de Lanhoso, onde o clima é mais ameno. Vai daí, meti-me num avião e dei um pulo à Terra, questão de por a conversa em dia com a malta e família e desenferrujar a ossatura.

Se nas Terras Helvéticas estou impedido de rolar em alta montanha devido à neve e baixas temperaturas, aqui o mal era a chuva e respetivos vendavais. De três voltas planeadas (sofro como sabem do pecado da gula) apenas consegui realizar uma e mesmo esta foi “in extremis”.

Avisadas as tropas e alguns amigos, o camarada Pereira encarregou-se de delinear um track à altura dos Bravos, isto é, digno de registo. Compareceram à chamada os camaradas do costume, ou seja o Pereira e o Viegas. Como disse alguém “Minho is the potty of Portugal” pelo que este foi o motivo avançado por todos aqueles que não quiseram participar (agora salivem porque o dia não esteve assim tão mau).

O trilho delineado arrancava em Castelões (175 mts) seguindo-se uma visita à capela de Nossa Senhora do Monte (376 mts), à Ermida da Srª. do Monte (515 mts), à capela de Santa Marinha (600 mts), ao Alto de Morgair (893 mts) e daí far-se-ia o regresso à base.

Grande parte das zonas por onde iriamos passar eram já nossas conhecidas, pelo que o trilho desenhado serviu somente para testar novas ligações e pôr à prova as nossas capacidades físicas, que no meu caso estavam uma lástima como vim a constatar.

Devido à chuva que caiu no último mês, encontramos muitas secções do trilho com elevados índices de perigosidade, obrigando a cuidados redobrados e por vezes a desmontar.

Como disse, não me encontrava nos meus dias ou para melhor entendedor, a minha forma estava uma “shit”, pelo que após termos vencido a caminho de S.Miguel do Monte uma parede de 3 kms com quase 400 mts de desnível e sabendo de antemão (voltas passadas) a “coça” que iria levar até atingir o Alto de Morgair; resolvi sensibilizar os meus camaradas para uma alternativa que perpassava na minha mente.

Estávamos a 675 mts e com cerca de 28 kms percorridos quando tomamos a decisão da alternativa e em boa hora o fizemos pois permitiu-nos fazer a descer um trilho que normalmente sempre efetuamos em sentido contrário. Foram cerca de 8 kms de pura diversão e é nestes momentos que compreendemos o porquê da malta fugir aos nossos convites tal qual o diabo foge à água benta 😊.

No final da volta o contador indicava 36,5 kms e 1’380 mts de acumulado de subida.

Aos suspeitos do costume (Pereira e Viegas) quero aqui deixar o meu agradecimento pela companhia e aos restantes apenas posso dizer que melhores dias virão (sem chuva).

Tal como na vida, o caminho faz-se caminhando ou neste caso rolando, pelo que devemos estar preparados para tirar o máximo partido das alterações que eventualmente tenhamos de efetuar ao inicialmente programado e quiçá em muitas ocasiões não somos surpreendidos do resultado final.


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

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