Passados oito anos, consegui saber o que se encontrava do outro lado da Cabane de la Tourche

Mais uma terça feira, mais uma volta 😊. Desta vez resolvi “castigar o corpo” e repetir uma volta realizada em solitário com a minha antiga Mérida. Para os que se questionam, mas nâo perguntam 😊, por onde andará esta minha amiga, pois fiquem sabendo que é uma presença constante no meu “harém bicliano”.

Ao longo destes 8 anos, repeti a aventura por duas vezes e acompanhado, mas infelizmente nunca atingi o objetivo.

Na primeira incursão fui com mais um companheiro e pelos 1’600 mts, abortamos, não muito longe da “Buvette des Martinaux”. Estávamos apenas a 100 mts, “but we did not know” 😊.

Aqui ficou provado mais uma vez que a copofonia na noite anterior não se coaduna com o BTT no dia seguinte.

Na segunda vez fui acompanhado de 2 companheiros e pelos 1’910 mts, abortamos, não muito longe do local indicado numa das fotos.

Com temperaturas acima dos 30°C, um dos companheiros lembrou-se nesse dia de “tirar os três” à sua nova amante. Digamos que essa cabra não tinha sido feita para “climbar”, mas mais para a descida. Via-se que o homem tinha uma vontade de ferro, mas estava há demasiado tempo em sofrimento, pelo que nesse local ficou completamente branco e por pouco não tínhamos de lhe fazer respiração boca-a-boca.

Por vezes, o corpo mostra-nos que ter uma mente forte não chega 😊.

A volta inicia em “Saint-Maurice” a 425 mts e daí subimos até aos 2’195 mts para atingirmos a “Cabane de la Tourche” e finalmente descemos até “Collonges” a 450 mts.

Esta volta caracteriza-se por no início da subida que nos conduz de Lavey-les-Bains a Morcles, termos curvas numeradas de 29 a 1, em que passamos dos 475 mts aos 1’150 mts, ou seja 675 mts (+) em cerca de 4,8 kms 😊.

Deixo-vos imaginar a força mental necessária para ir pedalando 😊. Claro está que isto é apenas um “amuse-bouche” para o que vem a seguir.

As Terras Helvéticas são fantásticas no que toca ao clima, neste caso, durante os sete dias da semana chuvosos, esta terça feira, como por milagre, era o único dia de sol 😊. As fotos falam por si.

Dados da volta

- Altitude máxima – 2’195 mts

- Altitude mínima – 410 mts

- Acumulado de subida – 1’767 mts em apenas 16 kms 😊 😊

- N°total de Kms – 41,5 kms

Mais uma vez o GPS me abandonou, tal como da outra vez, somente aguentou 08h00 de enfiada. Fiquem descansados, acabei de receber hoje o novo (a estudar nos próximos dias).

Tenho plena consciência que esta volta durou 1h30 a mais, isto porque durante o percurso parei 3 vezes (+/- 30 min. cada) para conversar com pessoas que ia encontrando aqui e além. É a minha sina 😊, mas esta malta da montanha é gente boa e adora conversar, partilhar emoções, etc…

É por isso que sempre que possível, gosto de andar só, sai-se sempre mais rico.

Por ser demasiada “biolenta”, penso que esta foi a última vez que realizei esta volta. Basta ver, que ao longo da mesma, apenas encontrei 6 betetistas que se deslocavam todos em BAE (bicicleta com assistência elétrica), a não confundir em inglês “palavra utilizada na gíria inglesa para se referir a boyfriend e girlfriend. Bae é um termo relativamente novo e odiado por muitos, cujo significado é namorado, namorada ou qualquer pessoa pela qual você tenha um certo interesse amoroso.

Termino esta crónica, parafraseando o poeta irlandês Seamus Heaney “Qualquer pessoa com bom senso e uma mente perspicaz irá tomar a medida de duas coisas: o que é dito e o que é feito”.


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

Podem visualizar esta crónica com os respetivos comentários às fotos no FORUM BTT. Ler o post (resposta) #970 e 971.