Em Romainmôtier o tempo deixou de contar

No livro “Os infinitos do Amor” de José Luís Nunes Martins, este diz o seguinte “Uma das melhores formas de avaliar as pessoas e as coisas é esperar que com o passar do tempo a sua importância se relativize e revele. Demasiado perto, tudo tende a parecer absoluto e definitivo. Para compreender cada momento da vida, é preciso que ele passe, e que se junte a outros até que chegue o momento certo de ver, com toda a clareza, o que se passou.”

Talvez seja por isso que somente agora relato o que realmente se passou naquele já longínquo domingo 15 de maio do ano passado, “I am just kidding”.

Naquele tempo o Paulo somente tinha rolado uma vez comigo e outra na companhia do Luís, pelo que achei interessante realizarmos uma volta com o amigo Angel.

Vai daí idealizei uma volta circular a arrancar e terminar na abadia de “Romainmôtier” a 694 mts.

Para quem não conhece trata-se do mais antigo mosteiro das Terras Helvéticas, construído em 450 d.c. e pertencente desde 928 à Ordem de Cluny, que como sabem também foi detentora do mosteiro de Santa Maria das Júnias (Pitões das Júnias) e que mais tarde o entregou à Ordem de Cister, “bref, c’est juste pour la petite histoire”😊.

Efetuamos cerca de 39,5 kms com +/- 1'012 mts de acumulado positivo em que a altitude mínima foi de 492 mts e a máxima de 1'267 mts.

Logo nos primeiros kms ainda tivemos tempo de visitar a “Cascade du Dard” com os seus quase 20 mts de altura. Chegar lá como poderão verificar pelas fotos não foi assim tão fácil, somente com a bicla às costas, mas BTT é isso mesmo 😊.

O lugar convida mesmo à meditação e se fecharmos os olhos e nos deixarmos envolver pela vegetação até parece que a qualquer momento o “Indiana Jones” vai surgir de “nulle part”.

Esta zona estava repleta de “singles” para todos os gostos com alguns saltos à mistura, aliás alguns elementos resolveram repetir esta zona duas vezes como que para mostrarem aos demais como se fazia 😊.

O verde ao longo de toda a volta foi uma constante e o tempo não podia estar melhor conforme poderão ver nas chapas.

Como diria Ricardo Reis “Cada cousa a seu tempo tem seu tempo” e foi exatamente o que aconteceu em “Romainmôtier”, isto é, na devida altura não pude visitar os interiores e arredores da abadia. Esta visita realizei-a na semana passada e acreditem que vale mesmo a pena. Confesso que sempre gostei de catedrais, mosteiros, igrejas, capelas, etc…, fico sempre maravilhado com a capacidade e engenho humano daqueles tempos.

Para além disso esses locais ajudam-me a compreender que aquele que tem fé nunca está só.


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

Podem visualizar esta crónica com os respetivos comentários às fotos no FORUM BTT. Ler o post (resposta) #721 e 722.