Aldeia do Pontido ou a memória de um passado que já não existe

Aquando da minha última estadia em Portugal há cerca de 4 meses, os meus companheiros, resolveram presentear-me com uma ida à Barragem da Queimadela (Fafe), passando pela Aldeia do Pontido.

Confesso que nos meus tempos de juventude, passei bons e loucos momentos nas bermas desses locais, aliás, os montes e cercanias ao redor de Fafe foram durante muitos anos locais propícios a todo o tipo de loucuras; se bem que estivéssemos na época dos ataques do famosíssimo homem da lanterna vermelha.

Stendhal disse que “A verdadeira pátria é aquela onde encontramos o maior número de pessoas que se parecem connosco.”; isto para vos dizer que embora deslocalizado para mais de 4 anos, é sempre com imenso prazer que regresso a Portugal.

Só quem já “sentou o cu” por um longo período fora da sua zona de conforto, sabe do que falo. O povo diz e bem que “quem está de fora, racha canhotas”, mas a meu ver de nada serve, pelo que concordo com um grande amigo meu quando afirma “Não se consegue dar de beber a um burro que não tem sede!”.

Uma vez que o final da volta iria ser brindado com um bom bacalhau assado na brasa acompanhado de batata a murro e o todo regado com um bom “binho” tinto da casa, concordamos em arrancarmos a volta em Castelões, pertíssimo da famosa casa de pasto “O Luís”. Que fique bem claro que ninguém me pagou para fazer publicidade 😊.

Daí corremos as seguintes aldeias: Espinha, Agrela, Soutelo, Casal Estime, Argande, Queimadela, Assento, Aldeia do Pontido e por fim a barragem da Queimadela.

Tratando-se de uma volta circular, continuamos por Leiras, Requeixo, Laje, Compostela, Castanheira, Sabugosa, Bouça, Santo António, Senhora do Monte e por fim Castelões.

Confesso que já tinha saudades de uma volta assim pois aqui nas Terras Helvéticas, ou se sobe muito, ou se desce muito, não existe meio-termo, talvez por culpa aqui das escolhas do “Je”.

Enquanto em Portugal conseguia andar todos os fins-de-semana, confesso que este ano e durante o primeiro semestre andei apenas 3 vezes de bicla. Este ano tem sido um pouco atípico, mas como sempre dizia a minha avó “Não há mal que dure eternamente!”

Acreditem, não será a baixa de forma que me irá impedir durante este mês de julho de repetir com a restante trupe um circuito NGPS lá para os lados de Paredes de Coura com +/- 50 kms e +/- 1’500 mts de acumulado (+). Obrigado amigos, como sempre, vocês mimam-me J…

Aqui entre nós, que ninguém nos ouve ou lê, acho que vou morrer (mas não digam nada a ninguém), já que no dia em questão, vão estar para cima de 35º C e acho que o meu cagueiro (também conhecido por cú, peida) não se vai aguentar isto porque ainda recentemente numa volta de características similares, andei para esticar o pernil 😊. Pois é, as fotos nem sempre deixam transparecer toda a verdade, mas como dizia Francis Bacon “Não há comparação entre o que se perde por fracassar e o que se perde por não tentar”.

Esta volta saldou-se em +/- 37 kms e cerca de 1’250 mts (+), sendo a altitude mínima 167 mts e a máxima 655 mts.

Acredito que efetuar esta volta no Verão deva ser um espetáculo.


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

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