Bourg Saint-Pierre, onde Napoléon Bonaparte pregou o calote

Reza a história que Napoleão Bonaparte em maio de 1800, aquando da sua campanha d’Itália tinha de passar pour “Bourg Saint-Pierre” por forma a atingir o “Col Saint-Bernard” e daí entrar em Itália.

Vai daí enviou um dos seus generais que requisitou todo o tipo de material, víveres, etc… para um exército de +/- 46’300 pessoas.

Todas as gentes do cantão do Valais fizeram o necessário para que não faltasse nada às tropas, pelo que finda a passagem e não vendo chegar qualquer tipo de compensação, enviaram a respetiva reclamação a S.Exª.

Eis a resposta de Napoleão: « J'ai reçu, citoyens, votre lettre du 20 may. Je suis très satisfait du zèle qu'ont montré tous les habitants de Saint-Pierre et des services qu'ils nous ont rendus. Faites faire une estimation des dommages qu'aurait causés le passage de l'armée et je vous indemniserai de tout. Ceci n'est que justice et je désire de plus pouvoir faire quelque chose d'avantageux à votre commune. »

Até hoje essa dívida nunca foi paga, apenas em 1984 a título simbólico o então presidente da república François Miterrand mandou fazer uma medalha comemorativa da passagem, mas como diz o povo e bem “Ladrão que rouba a ladrão, tem cem anos de perdão” 😊.

Para finalizar este bocado de história que como todos sabemos não ocupa espaço, sabiam que no famoso quadro “Le Premier Consul franchissant les Alpes au col du Grand-Saint-Bernard “ que representa a passagem de Napoleão pelo famoso “Col du Saint-Bernard”, este foi pintado montado num belíssimo cavalo. Ora como todos sabemos isto não corresponde à verdade, só mesmo os ingénuos poderão acreditar em tal, sabendo que acima dos 2’000 mts somente as mulas para vencermos os trilhos de montanha.

Esta volta rondou os 10 kms em que a altitude mínima ficou-se pelos 1’398 mts e a máxima em 1’751 mts.

Realmente as condições atmosféricas não foram as melhores, muito vento, misturado com chuva que em contacto com a pele mais pareciam agulhas, para além de que a visibilidade diminuía à medida que as horas avançavam; todos estes fatores fizeram com que encurtássemos a volta em alguns bons kms.

Para finalizar deixo-vos com esta belíssima tirada de Casimiro Brito “Bela, a forma do vaso. Mas é no seu vazio que se conserva o vinho.”


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

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