Em dia de Rota dos Bifes comi um bom bacalhau

Tenho plena consciência que já não dou notícias tão amiúde como antigamente isto porque quando um “gajo” trabalha 6 dias sobre 7 entre 12 e 14 horas diárias, acreditem que vontade para escrever o quer que seja não lhe falta (para quem não entendeu, estou a ser irónico...)

“Bref, ça c’est juste pour la petite histoire". Não se trata de uma justificação, mas simplesmente para que compreendam que nem sempre posso fazer aquilo que mais prazer me dá (contingências da deslocalização).

Sempre que me desloco às Terras Lusas sinto necessidade de partilhar momentos de puro prazer com os meus companheiros de armas. Este ano a escolha recaiu sobre a “Rota dos Bifes”, pois no ano transato tinha participado na 2ª Maratona do Gerês (ver crónica 032).

Com tudo aquilo que este grupo já fez no Gerês, tudo o que eventualmente possa ocorrer para aqueles lados, não nos irá surpreender, daí que este ano a escolha óbvia recaiu sobre a prova que se realiza para os lados de Nossa Senhora de Porto D’Ave.

Participamos nessa prova em 2006 e desde essa altura nunca mais lá pusemos os pés, pelo que este ano achamos que já era tempo de repetir e ver o que entretanto mudara (em sete anos muita coisa muda).

Eu e o companheiro “Pereira” fruto das nossas experiências “tropais” chegamos bastante cedo, enquanto o companheiro “Viegas” chegou no limite do aceitável, eheheh…

O dia como se costuma dizer “estava uma m.r.a”, apresentava-se sombrio, chuvoso e bastante frio, mas não era isso que nos iria demover da nossa participação (já rolamos com alerta vermelho prós lados de Amares).

Os primeiros kms eram rolantes sem grandes dificuldades. A partir da ponte de “Mem Gutierres” é que as “coisas” começaram a ficar interessantes pois a partir daí começava a ascensão até ao Meroiço (832 mts do lado abordado), onde nos aguardava um autêntico manjar.

Realmente é estranho subir quando por norma descemos essa mesma vertente, mas é como em tudo nesta vida, estamos sempre a aprender. Obrigado a estes senhores por me mostrarem e provarem que é possível subir ao Meroiço por este lado.

Não foi fácil, quem por lá passou, sabe do que falo. Aliás os quase 1’300 mts de acumulado positivo para +/- 38 kms efetuados não deixam dúvidas.

Enquanto subia fui metendo conversa com muita malta e apercebi-me que realmente muita gente segue as aventuras deste Bravo quer no FB, quer nos Fóruns BTT, no entanto a grande maioria é passiva, apenas se limita à leitura, sem qualquer tipo de intervenção ou comentário.

Chegado ao topo, aguardava-nos um “single” com perto de 10 kms, do melhor que fiz até hoje, ele havia para todos os gostos (pena o nevoeiro e a chuva), mas mesmo assim deu para encher as medidas.

Para terminar este grupo resolveu presentear-nos com uma “half circum-navegação” em redor do Parque de lazer do Pontão junto à barragem das Andorinhas em Sobradelo da Goma. Trilho muito bonito, talhado sobre medida, nem quero pensar nas horas dispensadas e na mão-de-obra envolvida na execução desta árdua “tâche”.

Agora a pergunta a um milhão! Sabem quanto tempo demoramos?

Sem vergonha de o dizer e porque fomos para este passeio com um espírito de passar um bom bocado juntos, pois são cada vez menos os momentos para o fazer.

Foram cerca de 5h38 para fazer +/- 38 kms. Atrás de nós, só mesmo os 3 últimos que tínhamos visto ao longe. Acreditem que não demoramos esse tempo todo porque tivemos algum tipo de percalço, mas tão-somente porque as paisagens eram inebriantes e quis memorizar o máximo de informação pois sou daqueles que afirma “de vive voix”, “estas emoções já ninguém mas tira!”.

Obrigado companheiros pela amizade, pela partilha destes momentos, pela espera enquanto “foto-reportava”. Como diz o “pobo”, poucos mas bons.

Ao Rui da PedalCenter-Braga o “Pereira” agradece pelo excelente trabalho de afinação (nomeadamente travões) e lavagem, executado na bicicleta, dias antes do passeio.

À organização deste 9º passeio Rota dos Bifes, quero aqui deixar os meus mais sinceros e sentidos parabéns e agradecimentos por este fabuloso dia. Vocês são um exemplo a seguir, são a prova viva que por vezes com poucos ovos se consegue fazer uma excelente omelete. Continuem assim a surpreender-nos a cada ano que passa, assim como tantas outras organizações que por este país afora se dedicam de alma e coração ao bem-estar de todos os amantes desta modalidade.

“Last but not least”, obrigado ao Sr. Luís do restaurante “O Luís de Castelões” isto porque como diz a publicidade da Carls…. “Provavelmente a melhor casa de pasto, onde se come o melhor bacalhau grelhado na brasa com batata a murro deste planeta”. Um grande abraço Luís e que nunca as portas feche…


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

Podem visualizar esta crónica com os respetivos comentários às fotos no FORUM BTT. Ler o post (resposta) #438.