Fui até Schwägalp, mas não apanhei boleia do teleférico

Tendo sido acometido de um violento ataque de “comichão betetistica” durante estas semanas em que não pude rolar, resolvi abordar o meu quintal de eleição (Säntis) de uma forma diferente, ou seja, em vez de o atacar de frente que nem um touro, resolvi abordá-lo de uma forma mais suave, rolando em paralelo.

Em termos de esforço exigido, este foi mais suave, mas em termos de qualidade fotográfica, como adiante constatarão, a coisa não correu lá muito bem, uma vez que apanhei sempre de frente o sol e sobretudo muito nevoeiro nos locais por onde desejava passar.

Saí da minha estância pelas 09h30 e regressei à base por volta das 18h00, tendo rolado 75 kms. Como o tempo aparentemente prometia, saí somente equipado com um jersey de manga curta (BTT Rotas do Marão) e uns calções. Errei na opção, porque neste momento a temperatura já anda abaixo dos 10º, e logo nos primeiros quilómetros senti uma dor gradual e lancinante, provocada pelo vento a tentar furar-me as orelhas (não deu para desenrascar com uns boxers, tal como na crónica 001 😊); pelo que terei de investir nuns protectores para os ouvidos.

À medida que ia subindo até aos meus destinos (Schwägalp 1’355 mts – Teleférico que dá acesso à Antena do Säntis a 2’502 mts e Kronberg 1’652 mts – Outro teleférico), constatei que o tempo estava a mudar, começando a cair nevoeiro e ficando cada vez mais frio.

Sendo assim e uma vez que um dos objectivos das minhas voltas solitárias é presenteá-los com registos fotográficos com alguma qualidade e nitidez, acabei por abortar a ida ao Kronberg, ficando esta protelada até que as condições atmosféricas assim o permitam. Espero poder lá ir ainda antes das primeiras quedas de neve, a ver vamos…

Estar junto ao Säntis, isto é, na base, é uma sensação indescritível, tal é a monumentalidade da montanha (bem sei que há montanhas mais altas, mas fica o registo). Senti-me como um “alpinista betetista” após conquistar mais um cume. É impressionante ver o teleférico no seu vai e vem (notar que viagem demora 10 minutos para passar dos 1’350 mts até aos 2’500 mts). Claro que quando estamos na base, cria-se uma ilusão óptica de que afinal o Säntis, não é assim tão alto.

Fiquei também surpreendido comigo, uma vez que já não rolava há cerca de um mês e no entanto, após estes 75 kms, cheguei a casa, fresco que nem uma alface… (o acumulado de subida desta volta foi de 2’040 mts, segundo o track desenhado no Google Earth).

Devo estar a ficar como o Vinho do Porto, porque pelos vistos, quanto mais velho (acabei de fazer anos, no dia anterior à volta), aparentemente em melhor forma física, me encontro. Coisas da vida…, ou talvez seja devido a estar em paz comigo mesmo, desde que tomei a decisão de meter esta “licença sabática” à minha própria existência…


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

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