Um pintor chamado Outono

Esta última semana tem soprado um vento que até assusta (não esquecer que a minha estância fica no meio de nowhere). Ele é de dia e de noite um uivar permanente. Talvez seja um prenúncio do que está para vir.

Desejava rolar e Säntis deixou de ser uma opção (Neve e muito frio associado, vide crónica anterior), pelo que toca a ver no Google Earth o que as cercanias tinham para me oferecer.

Após algumas horas, lá consegui delinear um track, que mesmo assim me iria conduzir aos 1’250 mts (Gäbris). Como sabem, este Bravo do Pelotão sofre quando rola abaixo dos 1’000 (vide crónica 006).

Uma vez que as temperaturas neste momento andam entre os 3º e 5º, achei que não valia a pena começar a volta muito cedo, pelo que iniciei a mesma por voltas das 13h00. Afinal pedalo por prazer e não por obrigação e por volta das 17h30 já estava de regresso à base, tendo efectuado cerca de 35 kms.

Claro que este tipo de voltas, nada tem a ver com as minhas conquistas do passado, no que toca ao grau de dificuldade, mas são um bom escape psicológico, isto para quem como eu tem fome de “rolar”.

Confesso que fiquei surpreendido com a beleza destes locais, talvez por um pintor, chamado “Outono”, ter resolvido espalhar ao acaso a sua paleta de cores. Eles eram verdes, vermelhos, laranjas, amarelos, castanhos, etc…, uma verdadeira “Poetry in Motion”.

Embora o tempo estivesse carregado de nuvens à espera do clique final para iniciarem necessidades fisiológicas de carácter líquido, o certo é que este se aguentou, permitindo-me tirar algumas fotos que espelham o que anteriormente foi dito.

Embora sendo esta uma “volta light”, achei-a bastante interessante, pois permitiu-me redefinir os meus objectivos e mostrou-me que afinal nas cercanias da minha estância, também se consegue ser feliz (betetisticamente falando).

A única dificuldade que detectei neste tipo de voltas é que o relevo (florestas, campos, cruzamentos, florestas, etc…) acaba por ser todo igual, dificultando a orientação e posicionamento.

Desta vez, fui bem apetrechado no que toca à indumentária, mas mesmo assim “rapei” um frio do Cara... nas mãos e nos pés quando iniciei o regresso a partir do Gäbris e eram somente quatro da tarde; o que me leva a concluir que nos dias de neve, o início da volta terá de ser pelas 10h00 e regresso até às 15h00.

Agora, estou mesmo desejoso por rolar com neve.


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica…

Alexandre Pereira

Um Bravo do Pelotão, neste caso sem…

Podem visualizar esta crónica com os respectivos comentários às fotos no FORUM BTT. Ler o post (resposta) #46.